sábado, 27 de junho de 2009

Jornalistas vão às ruas pela validação do diploma.





Decisão do STF está sendo questionada pela sociedade
Um ato em protesto por um direito conquistado há anos. Assim foi a manifestação que reuniu cerca de 100 estudantes, professores e profissionais em Jornalismo ontem à tarde. O grupo, que se concentrou em frente ao Sindicato dos Jornalistas do Estado de Pernambuco (SinjoPE), no bairro da Boa Vista, ganhou a avenida Conde da Boa Vista, se manifestando contra a decisão tomada no último dia 17 pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que derrubou a obrigatoriedade do diploma para exercício da profissão. O ato culminou na Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), uma das primeiras instituições de ensino superior a oferecer a graduação. Uma audiência pública em defesa do diploma está programada para a próxima segunda-feira na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), às 9h.
Lideranças políticas, estudantis e sindicais manifestaram-se a favor dos direitos conquistados pelos jornalistas nas últimas décadas. A grande maioria questionou a atitude tomada pelo ministro ao derrubar a exigência do diploma. Muitos acreditam que a medida pode precariezar as relações de trabalho em médio prazo. “A quem interessa a decisão do Supremo? A Constituição Federal prevê o livre exercício da profissão desde que obedeça as qualificações profissionais, que, no caso do Jornalismo, o diploma cumpre esse papel”, destacou o presidente da Ordem do Advogados do Brasil - Seccional Pernambuco (OAB-PE), Jayme Asfora. “Essa atitude é um retrocesso”, resumiu o secretário especial de Imprensa de Pernambuco, Evaldo Costa.
Para o presidente do SinjoPE, Ayrton Maciel, a queda do diploma ameaça a qualidade da produção jornalística. “Isso porque a medida abre um campo de trabalho para que pessoas sem preparação ou de má-fé possam manipular a informação, bem como produzi-las da forma que desejar. Não podemos ficar calados com essa decisão”, disparou o presidente. Uma pesquisa divulgada pela CNT/Sensus, divulgada esta semana, aponta que 74,3% dos brasileiros são a favor da obrigatoriedade do diploma de jornalismo. O estudo entrevistou duas mil pessoas em todo o Brasil.
O deputado federal Fernando Nascimento (PT-PE) adiantou que, na próxima semana, uma comissão parlamentar supra-partidária vai elaborar um projeto de lei que regulamenta a categoria e irá enviá-lo para a Câmara dos Deputados. “A nossa ideia é repercutir o fato. Fizemos contatos com os líderes do governo e todos estão aderindo à proposta”, revelou Nascimento. Já o deputado estadual Pedro Eurico (PSDB-PE) defende que a proposta tramite em regime de urgência para buscar a aprovação. Estudantes que participaram do movimento acreditam que a medida pode diminuir os postos de trabalho para quem é formado. “Com diploma já é difícil encontrar emprego. Imagina agora, que qualquer um ‘pode ser’ um jornalista”, questionou a recém-formada Suellen Menezes, de 23 anos. “Mesmo com o fim da exigência, pretendo concluir a graduação”, garantiu o universitário Rafael Eduardo do Nascimento, de 20 anos.
*CATEGORIA acredita que a queda do diploma ameaça a qualidade do jornalismo.

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